sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mark Twain visita a Palestina (1867)

Ficheiro:Mark Twain by Abdullah Frères, 1867.jpg
    Mark Twain, 1867

Este livro é o registro de um passeio. Se fosse o registro de uma solene expedição científica expressaria a gravidade, aquela profundidade, e aquela impressionannte incompreensibilidade tão apropriadas a obras do tipo, mesmo assim tão atrativas. Apesar da limitação de ser apenas o registro de um piquenique, tem um propósito, que é sugerir ao leitor como ele veria a Europa e o Oriente se olhasse para eles com seus próprios olhos ao invés dos olhos dos que visitaram aqueles países antes dele. Não tenho pretensão em mostrar a alguém como ele deve procurar por objetos de interesse além mar — outros livros fazem isso, e mesmo se eu tivesse competência para tal, não há necessidade . — Mark Twain, The Innocents Abroad



Mark Twain era um escritor relativamente desconhecido em 1867, quando visitou a Palestina em companhia de 64 "peregrinos e pecadores " e escreveu estas palavras:

"A Palestina se assenta sobre trapos e cinzas*. Sobre ela paira o feitiço de uma maldição que secou seus campos e acabou com suas forças... A renomada Jerusalém, o nome mais majestoso na história, perdeu toda a sua antiga grandeza e se tornou uma aldeia pobre; as riquezas de Salomão já não estão mais lá para atrair a admiração de rainhas orientais, o maravilhoso Templo que era o orgulho e a glória de Israel se foi, e o crescente otomano é levantado acima do local onde, no dia mais memorável nos anais da história, eles criaram a Santa Cruz. - The Innocents Abroad"
* sinais de luto (Gênesis 37:34, Jó 16:15)

Uma “Vastidão Deplorável”:

"Nós atravessamos algumas milhas de um território abandonado cujo solo é bastante rico, mas que estava completamente entregue às ervas daninhas – uma vastidão deplorável e silenciosa [...] lagartos cinzentos, que se tornaram os herdeiros das ruínas, dos sepulcros e da desolação, entravam e saíam por entre as rochas ou paravam quietos para tomar sol. Onde a prosperidade reinou e sucumbiu; onde a glória resplandeceu e desvaneceu; onde a beleza habitou e foi embora; onde havia alegria e agora há tristeza; onde o esplendor da vida estava presente, onde silêncio e morte jaziam nos lugares altos, lá esse réptil faz a sua morada e zomba da vaidade humana."
Em outro capítulo, Twain escreveu o seguinte:
"Não há um único vilarejo em toda a sua extensão – nada num raio de trinta milhas em qualquer direção. Existem dois ou três agrupamentos de tendas de beduínos, mas não há sequer uma habitação permanente. Uma pessoa pode cavalgar dez milhas pelas redondezas sem conseguir ver dez seres humanos.
Uma das profecias se aplica a essa região: 

Assolarei a terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem. Espalhar-vos-ei por entre as nações e desembainharei a espada atrás de vós; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas (Lv 26.32-33).

Nenhum ser humano que esteja aqui nas proximidades da deserta Ain Mellahah pode dizer que a profecia não se cumpriu."

Citações retiradas do livro "Innocents Abroad", Electronic Text Center, Biblioteca da Universidade de Virginia, cap. 47, p. 489.
e cap. 46, p. 485. 

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