sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Folha de São Paulo e a Palestina: Desonestidade em imagens

O mapa abaixo é bastante popular entre aqueles que acusam o “colonialismo” e o “expansionismo” israelense. [Folha de São Paulo: Veja evolução do mapa israelo-palestino desde resolução de 1947]

Ele mostra:
áreas habitadas por judeus como "território judaico";
áreas habitadas por árabes como "território palestino";
e áreas inabitadas também como "território palestino".




Acontece que "Palestina" era um termo genérico usado para dar nome aquela região, não importando se sob controle árabe-muçulmano, cristão ou judeu. Logo, chamar de "território palestino" só o que não estava sob controle judaico dá a entender – de forma enganosa – que tudo aquilo em verde era território árabe. Na verdade, a maior parte desse território era desértica e inabitada. Outro fato importante é que, naquela época, só os judeus se consideravam 'palestinos'. Os muçulmanos da Palestina se consideravam sírios [2] e acusavam os judeus de inventar uma tal “Palestina” que jamais existiu.

A Palestina histórica, que de acordo com o historiador Bernard Lewis nunca foi um país e que sequer tinha fronteiras, também incluía a Jordânia:


Esses mapas mostram que o Estado Judeu deveria ocupar não só todo o território de Israel (incluídos aí os "territórios ocupados") como também toda a Jordânia. Para apaziguar os árabes, os ingleses dividiram o futuro estado de Israel em 3 – 1 judaico e 2 árabes. Israel, Jordânia e "Palestina".

Em 1922, os ingleses criaram a Transjordânia, usando 80% do que fora território histórico da Palestina e o Lar Nacional Judaico (assim definido pela Liga das Nações). O assentamento judaico na Transjordânia foi proibido. As Nações Unidas dividiram os 20% restantes da Palestina em dois países. Com a anexação da Cisjordânia pela Jordânia, em 1950, e o controle de Gaza pelo Egito, os árabes passaram a controlar mais de 80% do território do Mandato, enquanto o Estado judeu manteve apenas 17,5%



A diminuição do território “palestino”
As fronteiras de Israel foram determinadas pelas Nações Unidas quando esta adotou a resolução sobre a partilha em 1947. Numa série de guerras defensivas, Israel conquistou mais território e, em numerosas ocasiões, retirou-se dessas áreas. Como parte do acordo de 1974 para o encerramento das hostilidades, Israel devolveu à Síria territórios ocupados nas guerras de 1967 e 1973.
Conforme os termos do tratado de paz israelense-egípcio de 1979, Israel se retirou da península do Sinai pela terceira vez – já havia se retirado de grandes áreas do deserto que ocupara em sua Guerra de Independência. Após conquistar todo o Sinai no conflito de Suez em 1956, Israel devolveu a península ao Egito um ano depois.

Atualmente, aproximadamente 
93% dos territórios conquistados em guerras defensivas foram entregues por Israel a seus vizinhos árabes, como resultado de negociações, o que demonstra o seu desejo de negociar a paz.

Em 1967, quando terminou a Guerra dos Seis Dias, o vitorioso Estado de Israel havia capturado mais de três vezes a dimensão do seu território anterior. Dos seus 20.720 km2 iniciais Israel tinha agora 67.340 km2. E o que fez o Estado Judeu? Embora pelo Direito Internacional e a partir de uma guerra defensiva, Israel pudesse anexar vastas áreas ao seu território, o país limitou-se quase que unicamente a unificar 
Jerusalém, que pela partilha original da ONU não ficaria sob controle de nenhuma das partes. Ou seja, não há “ocupação” em Jerusalém - cidade que tinha uma maioria judaica considerável mais de 50 anos antes da primeira convenção sionista. (ver Karl Marx escreveu sobre a maioria judaica em Jerusalém antes do sionismo)

Como comparação, na ‘Guerra do Paraguai’, Brasil e Argentina dividiram entre si 40% do território paraguaio. E não houve devolução de territórios...


Ocupação?
Em política, as palavras são importantes e, infelizmente, o seu mau uso quando aplicadas ao conflito árabe-israelense tem criado percepções que colocam Israel em desvantagem. Como no caso do termo "Cisjordânia", a palavra "ocupação" tem sido seqüestrada por aqueles que desejam pintar Israel da maneira mais negativa possível. Essa palavra também dá aos seus defensores um meio de tentar explicar o terrorismo como "resistência à ocupação", como se mulheres e crianças assassinadas por terroristas suicidas em ônibus, pizzarias e centros comerciais fossem responsáveis pela situação dos árabes. Dadas as conotações negativas de um "ocupante", não é de se surpreender que porta-vozes árabes usem essa palavra, ou algumas variantes, tantas vezes quantas forem possíveis quando são entrevistados.

A descrição mais precisa dos territórios em Judéia e Samaria é de territórios "em disputa". De fato, a maior parte dos territórios em disputa ao redor do mundo não é considerada como ocupada pela parte que os controla. Isso se aplica, por exemplo, a duramente contestada região da Cachemira.

FROM "OCCUPIED TERRITORIES" TO "DISPUTED TERRITORIES
DISPUTED TERRITORIES: Forgotten Facts About the West Bank and Gaza Strip




O resultado de mentiras e meias-verdades como as dos mapas do topo é uma inversão moral fabulosa: os israelenses, atacados pelos árabes em todas as guerras e dispostos a devolver tudo o que conquistaram legalmente, se tornam “colonialistas” porque, afinal, os “palestinos” têm que aparecer na imprensa sempre como vítimas da “ocupação” israelense.

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