sábado, 14 de dezembro de 2013

Revista egípcia comemora a expulsão de cidadãos judeus e o confisco de suas propriedades (1956)


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edição de 28 de novembro de 1956 da revista Akhr Saa', comemorando a expulsão dos cidadãos judeus do Egito

Os judeus foram forçados pelo governo a deixar o Egito e a abrir mão de todos os seus bens. Este fato foi destacado pela imprensa da época como uma gande vitória. 
A revista "Akhr Saa'" (A última hora), em sua edição de 28 de novembro de 1956, tinha como manchete: "Aqueles sem nacionalidade que colocam o Egito em perigo agora estão indo para seus países ou para qualquer país que desejarem. Eles nunca voltarão." Este título foi colocado junto com fotos da expulsão. 

Quando a revista se refere aos judeus egípcios como "aqueles sem nacionalidade", isso se dá porque aqueles que tinham origem judaica não eram considerados cidadãos egípcios pelo governo (e pela população do país), por isso todos os refugiados judeus do país eram apátridas. 

Outro trecho da matéria de capa diz: "Doações para o inimigo - Congelamento de seu dinheiro - Destruindo a economia do Egito"(Akhr Saa', uma viagem sem volta, 1956). 

Foi documentado que após 1956, em torno de 70 mil judeus deixaram o país forçados pelo governo ou fugindo da violência anti-judaica cometida por muçulmanos e, em menor escala, por coptas. A maioria dos deportados foi para a Europa, EUA e Israel. No entanto, não há documentos oficiais sobre seus destinos. Os únicos documentos disponíveis nos arquivos egípcios são os que mostram que eles foram deportados e proibidos de voltar.
Antes de partirem, os judeus foram forçados pelas autoridades egípcias a assinar documentos que afirmavam que eles tinham sido tratados de forma justa e que estavam saindo por vontade própria -- e doando seus bens para o governo sem sofrer nenhuma forma de coação.

Moshe Shachal, que lidera a federação de judeus refugiados de países árabes, afirmou que o valor das propriedades que os judeus deixaram para trás nesses países entre 1922-1952 é estimado em US$ 30 bilhões. Heskel Haddad  estima que em valores corrigidos o montante estaria estimado entre 200 - 300 bilhões de dólares


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