terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Refugiados árabes da Palestina... de quem é a culpa?

Ismail Haniyeh, líder do Hamas, mostra um mapa onde Israel é substituído por um fictício estado árabe "palestino"


A guerra de independência de Israel se divide em duas partes: violentos combates começaram horas após a votação nas Nações Unidas aprovando a partilha da Palestina em 29 de novembro de 1947 e duraram até a véspera da evacuação britânica em 14 de maio de 1948. Já o conflito internacional começou no dia 15 de maio (um dia após a criação de Israel), quando cinco exércitos árabes invadiram o estado judeu. As hostilidades continuaram até janeiro de 1949. 

A primeira fase do conflito consistiu, principalmente, em uma guerra de guerrilha. A segunda, em uma guerra convencional. Mais da metade (entre 300.000 e 340.000) dos 600.000 refugiados árabes fugiram antes da evacuação britânica, a maioria no último mês.
Os palestinos fugiram devido a uma grande variedade de circunstâncias e por diversas razões. Os comandantes árabes ordenaram aos não combatentes que saíssem do caminho das manobras militares e ameaçavam retardatários com tratamento dispensado a traidores caso ficassem. Eles ainda exigiam que as aldeias fossem evacuadas a fim de melhorarem seu posicionamento no campo de batalha e prometiam aos residentes que eles voltariam sãos e salvos em questão de dias. 


Em um programa onde conversa com ouvintes, Ibrahim Sarsur, o líder do movimento islâmico, falou sobre os refugiados árabes e, junto com o ouvinte que liga de Gaza, culpa os líderes árabes pelo problema. 
Programa de TV exibido em 30 de abril de 1999, no canal do Fatah, da Autoridade Palestina:




Ouvinte de Gaza: Sr. Ibrahim, dirijo-me a você como um muçulmano. Meu pai e meu avô me disseram que durante a "catástrofe" (o estabelecimento de Israel), o oficial de nosso distrito emitiu uma ordem dizendo que quem ficasse na Palestina e em Majdel (no sul de Israel, perto de Ashkelon) é um traidor, ele é um traidor...


Ibrahim Sarsur: Eu não quero culpar aquele que causou essa situação, mas somos forçados a lidar com essa situação.
Quem deu a ordem os proibindo de ficar lá carrega a culpa por isso nesta vida e na próxima.


Algumas comunidades preferiam fugir a assinar um armistício com os sionistas; nas palavras do prefeito de Jaffa, "eu não me importo com a destruição de Jaffa desde que consigamos a destruição de Tel-Aviv".

-- Agentes do mufti atacaram os judeus com o propósito de provocar hostilidades 
-- Famílias com recursos fugiram do perigo. Quando os inquilinos agrícolas ouviram que os proprietários seriam punidos, ficaram com medo de serem expulsos e se anteciparam abandonando as terras. 
-- Hostilidades mortíferas impediram qualquer planejamento:  a escassez de alimentos e de outros bens de primeira necessidade se espalhou. Serviços como estações de bombeamento de água foram abandonados. --- O medo de pistoleiros árabes se alastrou, assim como rumores de atrocidades dos sionistas.
Em apenas um caso (Lydda), os árabes foram forçados a sair pelas tropas israelenses. A singularidade desse evento merece ênfase. O historiador Efraim Karsh explica acerca de toda a primeira fase da batalha: "Nenhum dos 170.000–180.000 árabes que fugiram dos centros urbanos e somente um punhado dos 130.000–160.000 aldeões que deixaram seus lares, foram forçados a sair pelos judeus".
A liderança palestina desaprovava o retorno da população, vendo nisso o reconhecimento implícito do nascimento do Estado de Israel. A princípio os israelenses estavam dispostos a aceitar o retorno dos deslocados de guerra, mas depois endureceram sua posição a medida que a guerra progredia. O Primeiro Ministro Ben-Gurion explicava seu modo de pensar em 16 de junho de 1948: "Esta será uma guerra de vida ou morte e [os deslocados de guerra] não devem retornar aos lugares abandonados. . .  Nós não começamos a guerra. Eles começaram a guerra. Jaffa começou a guerra contra nós, Haifa começou a guerra contra nós, Beisan começou a guerra contra nós. E eu não quero que eles comecem uma guerra novamente".
Resumindo, explica Karsh, "foram as ações dos líderes árabes que condenaram centenas de milhares de palestinos ao exílio".



Palestine Betrayed (Palestina traida), Efraim Karsh

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Envenenado? Arafat era homossexual e tinha AIDS...



De acordo com a propaganda árabe, Yasser Arafat, o líder "palestino" que nasceu, viveu e estudou no Egito -- além de ter servido no exército do país -- foi vítima de um envenenamento encomendado pelo governo israelense.

Já de acordo com seu médico pessoal, Ashraf al-Kurdi, ele morreu devido a complicações causadas pelo vírus da AIDS. O mesmo foi dito por Ahmad Jibril, seu companheiro e um dos fundadores e líderes da Frente Popular para a Libertação da Palestina -- que disse apenas estar repetindo o que foi dito pelos médicos franceses que cuidaram de Arafat até sua morte. 

"Então foi Israel quem contaminou Arafat com AIDS".
Não se levarmos em conta o que escreveu o tenente-general Ion Pacepa, vice-chefe do serviço de inteligência da Romênia sob ditador comunista Nicolae Ceausescu, e então aliado de Arafat. Em seu livro de memórias ("Red Horizons"), Pacepa relata uma conversa que teve em 1978 com Constantin Munteaunu, um general designado para ensinar a Arafat e a OLP técnicas para enganar os países do ocidente a fim de que estes reconhecessem sua organização terrorista:

 "Eu acabei de ligar para o centro de monitoramento de microfones para falar sobre o 'Fedayee' (nome de guerra de Arafat)", explicou Munteuaunu."

Após a reunião com o camarada ele foi diretamente para a casa de hóspedes para jantar. E naquele mesmo momento o "Fedayee" estava em seu quarto fazendo amor com seu guarda-costas. Aquele que eu sabia ser seu mais novo amante. Ele está brincando de tigre de novo. O oficial [que estava] monitorando os microfones me conectou ao vivo e diretamente com o quarto dele, e seus urros quase estouraram meus tímpanos. Arafat estava rugindo como um tigre e seu amante gritando como uma hiena."
Outra pessoa que traz um relato que segue a mesma linha do de Pacepa é o ex-presidente do Comitê Nacional Democrata, Terry McAuliffe. De acordo com o New York Times, no livro de memórias de McAuliffe

Há uma série de histórias humorísticas salpicadas entre uma pilha de nomes dentro de suas 406 páginas, incluindo [a vez em que] Yasser Arafat, por debaixo da mesa, se esfregava repetidamente nas pernas do senhor McAuliffe durante um jantar em Washington, no ano de 2000.


Associated Press menciona o mesmo relato:

O livro é cheio de revelações dos anos de McAuliffe entre a elite do poder -- recebendo uma supreendente 'massagem' nas pernas do líder palestino Yasser Arafat em um jantar. 
 “What a Party! My Life Among Democrats: Presidents, Candidates, Donors, Activists, Alligators and Other Wild Animals“ -- em português: "Que partido/festa! Minha vida entre os democratas: presidentes, candidatos, doadores, ativistas, crocodilos e outros animais selvagens"




Arafat e o vírus da AIDS


Relato de Ahmed Jibril na TV al-Manar (do Hizballah, Líbano):


Tradução:
Quando Mahmoud Abbas (presidente da Autoridade Palestina) veio a Damascus eu perguntei "o que foi descoberto na investigação médica sobre a morte do irmão Abu Amar [Arafat]?" E uma das pessoas do grupo disse: "Os franceses nos deram o relatório médico e a causa da morte de Arafat foi AIDS" 

Ashraf al-Kurdi, médico pessoal de Arafat:


Tradução:
"Eu pedi para falar com um dos médicos franceses. Eu queria ouvir de suas bocas sobre a sua [de Arafat] condição de saúde, mas eles não me responderam. Quando o presidente Yasser Arafat morreu, eles me mandaram um e-mail/notificação e, de acordo com ela, o presidente Arafat estava hospitalizado lá e seus exames de sangue mostravam que ele sofria com o vírus da AIDS "

Arafat II, o homem da KGB



Como me disse o chefe da KGB, Yury Andropov, um bilhão de inimigos podiam infligir um dano maior aos Estados Unidos do que apenas alguns milhões. Precisávamos instilar um ódio de estilo nazista contra os judeus em todo o mundo islâmico, e fazer esta arma emocional gerar um banho de sangue terrorista contra Israel e o seu principal parceiro, os Estados Unidos.

-- Ion Mihai Pacepa



O general Ion Mihai Pacepa é um ex-oficial da Securitate, polícia política secreta romena, para quem começou a trabalhar em 1951. É o oficial de mais alta patente que desertou do bloco soviético. Fugiu para os EUA em 1978. Engenheiro de formação, é escritor e articulista.

Na época da deserção, era conselheiro do ditador romeno Nicolae Ceausescu, chefe do serviço de inteligência para assuntos exteriores e secretário de estado. Conhecia pessoalmente inúmeros tiranos de primeiro escalão, bem como as operações por eles levadas a cabo, como a Teologia da Libertação, o terrorismo islâmico, a operação contra o Papa Pio XII, só para citar algumas.

Por isso, a sua fuga foi o mais duro golpe sofrido pelo serviço secreto comunista. Pela deserção e pela contribuição ao Ocidente, Pacepa recebeu duas sentenças de morte emitidas por Ceausescu. O ditador também ofereceu um prêmio de 2 milhões de dólares por sua cabeça, quantia à qual se somou 1 milhão ofertado por Yasser Arafat e mais 1 milhão de Muammar al-Gaddafi.

O seu livro Red Horizons: Chronicles of a Communista Spy Chief, sobre a corrupção do governo Ceausescu, era tido pelo presidente Reagan como a sua “Bíblia para lidar com ditadores socialistas”. A obra foi grandemente responsável pela queda do tirano. Best-seller na Romênia, foi traduzido para 27 idiomas.


Segue abaixo o relato de Pacepa sobre Arafat e o terrorismo muçulmano financiado pela União Soviética:

Durante os anos 70, antes de minha deserção da Romênia para a América, quando abandonei meu posto de chefe da inteligência romena, eu era responsável por enviar a Arafat, em dinheiro lavado, cerca de US$ 200 mil por mês. Enviava também, semanalmente, dois aviões de carga para Beirute, equipados com uniformes e suprimentos. Outros países do bloco soviético faziam o mesmo. 

O terrorismo foi extremamente lucrativo para Arafat. De acordo com a revista Forbes, ele é, hoje, o sexto mais rico entre os "reis, rainhas e déspotas" do mundo, com mais de 300 milhões de dólares guardados em contas na Suíça.

"Fui eu quem inventou o seqüestro [de aviões de passageiros]", gabou-se Arafat na primeira vez em que o encontrei em seu quartel-general da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em Beirute, no começo dos anos 70. Ele apontou para as pequenas bandeiras vermelhas pregadas em um mapa do mundo, afixado na parede. Neste mapa, Israel constava como "Palestina". "Estão todos aqui!", assegurou-me, orgulhoso. 
A questionável honra de ter inventado os seqüestros pertence, na verdade, à KGB, que seqüestrou um avião americano pela primeira vez nos anos 60, para a Cuba comunista. A inovação de Arafat foi a utilização de homens-bomba, um conceito de terror que atingiu seu ponto máximo com o 11 de setembro de 2001. 

Em 1972, o Kremlin colocou Arafat e suas redes de terror no topo da lista de prioridades dos serviços de inteligência bloco soviético, inclusive o que eu dirigia. O papel de Bucareste era criar uma imagem positiva de Arafat dentro da Casa Branca, pois éramos especialistas nisto. Já tínhamos obtido grande êxito em convencer Washington - e a maioria dos esquerdistas universitários dos EUA no período — de que Nicolae Ceausescu era, assim como Josip Broz Tito, um comunista "independente" com uma coloração "moderada". 
Em fevereiro de 1972, o chefe da KGB, Yuri Andropov, riu da capacidade americana de se iludir com certas celebridades. Havíamos superado os cultos de personalidade stalinistas, mas aqueles americanos loucos ainda eram ingênuos o bastante para reverenciar líderes nacionais. Transformaríamos Arafat justamente nesse tipo de líder, aproximando a OLP do poder, progressivamente. 

Andropov pensava que os americanos, cansados da guerra do Vietnã, agarrariam o menor sinal de conciliação para promover Arafat de terrorista a estadista em suas esperanças de paz. 
Logo após aquele encontro, recebi o "arquivo" da KGB sobre Arafat. Ele era um burguês egípcio, que a inteligência estrangeira da KGB transformara em marxista devoto. A KGB treinara-o em sua escola de operações especiais em Balashikha, a leste de Moscou, e em meados dos anos 60 decidiu prepará-lo para ser o futuro líder da OLP. 

Primeiro, a KGB destruiu os registros oficiais do nascimento de Arafat no Cairo, substituindo-os por documentos fictícios segundo os quais ele nascera em Jerusalém e era, portanto, palestino de nascimento. 
O departamento de desinformação da KGB passou então a trabalhar em um panfleto de Arafat de quatro páginas, intitulado "Falastinuna" ("Nossa Palestina"), acabando por transformá-lo em uma revista mensal de 48 páginas para a organização terrorista palestina Al-Fatah, dirigida por Arafat desde 1957. A KGB distribuiu esta revista para todo o mundo árabe e para a Alemanha Ocidental, onde residiam, à época, muitos estudantes palestinos. A publicação e distribuição dessas revistas era prática comum da KGB, que mantinha vários periódicos semelhantes, nas mais diversas línguas, para as organizações de fachada na Europa Ocidental — como o Conselho Mundial da Paz e a Federação Sindical Mundial. 

A seguir, a KGB construiu uma ideologia e uma imagem para Arafat, exatamente o que fez para comunistas leais de nossas organizações internacionais de fachada. O idealismo altruísta não tinha nenhum apelo popular no mundo árabe, e então a KGB remodelou Arafat, transformando-o em um furioso anti-sionista. Além disso, selecionaram para ele um "herói pessoal" — o Grande Mufti Haj Amin al-Husseini, o homem que visitou Auschwitz no final dos anos 30 e repreendeu os alemães por não estarem matando judeus em quantidade satisfatória. Em 1985, Arafat prestou homenagem ao mufti, dizendo que sentia um "orgulho sem fim" por estar seguindo os seus passos. 

Arafat era um agente secreto importante para a KGB. Logo após a Guerra dos Seis Dias de 1967, entre árabes e israelenses, Moscou conseguiu fazê-lo presidente da OLP. O ditador egípcio Gamal Abdel Nasser, marionete dos soviéticos, foi quem propôs sua nomeação. Em 1969, a KGB pediu a Arafat que declarasse guerra ao "sionismo imperialista" americano durante a primeira reunião da Internacional Terrorista Negra, uma organização pró-palestina e neofascista financiada pela KGB e pelo ditador líbio Muammar Kadafi. Arafat gostou tanto da idéia que, mais tarde, alegou ter sido ele próprio o conclamador da batalha contra o imperialismo sionista. Mas esta, na verdade, não passava de uma invenção de Moscou, uma adaptação moderna dos "Protocolos dos Sábios do Sião" -- ferramenta amplamente empregada pela inteligência russa para fomentar o ódio racial. A KGB sempre considerou que o anti-semitismo, somado ao antiimperialismo, daria uma riquíssima fonte de antiamericanismo. 

O arquivo da KGB sobre Arafat dizia ainda que, no mundo árabe, só quem sabe ser mentiroso consegue ser promovido a altos cargos. Nós, romenos, fomos designados para ajudar Arafat a aumentar sua "já impressionante capacidade de dissimulação". O chefe da inteligência estrangeira da KGB, general Aleksandr Sakharovsky, ordenou que déssemos cobertura às operações terroristas de Arafat, construindo, paralelamente, sua boa imagem internacional. "Arafat atua brilhantemente no palco", concluía em sua carta, "e devemos fazer dele uso devido". Em março de 1978, eu trouxe Arafat a Bucareste secretamente para que recebesse as instruções finais de como deveria se comportar em Washington. "Você simplesmente tem que continuar fingindo que vai largar o terrorismo e reconhecer Israel - repita isso vezes e vezes sem fim", disse-lhe Ceausescu pela enésima vez. Ceausescu estava eufórico com a possibilidade de que, tanto Arafat como ele mesmo, conseguissem ciscar um Prêmio Nobel da Paz com seus fingidos acenos do ramo de oliveiras. 

Em abril do mesmo ano (1978), acompanhei Ceausescu até Washington, onde ele encantou o presidente Jimmy Carter. Arafat, insistiu ele, transformaria sua brutal OLP em um governo no exílio cioso da lei, bastando para isto que os Estados Unidos estabelecessem relações diplomáticas com a organização. O encontro foi um grande sucesso para nós. Carter saudou Ceausescu, ditador do estado policial mais repressivo da Europa Oriental, como "um grande líder nacional e internacional", que "assumiu um papel de liderança em toda a comunidade internacional". Triunfante, Ceausescu trouxe para casa um comunicado conjunto onde o presidente americano salientava que suas relações amistosas com Ceausescu serviam "à causa do mundo". 

Três meses depois, recebi asilo político nos EUA. Ceausescu não conseguiu seu Nobel da Paz, mas, em 1994, Arafat conseguiu o seu — tudo porque continuou desempenhando magistralmente o papel que nós lhe havíamos dado. Ele transformara sua OLP em um governo no exílio (a Autoridade Palestina), sempre fingindo que acabaria com o terrorismo palestino quando, em verdade, nada fazia para isto. Dois anos depois da assinatura dos acordos de Oslo, o número de israelenses mortos por terroristas palestinos havia aumentado 73%. 

Em 23 de outubro de 1998, o presidente Clinton concluiu seu discurso sobre Arafat agradecendo-o por "décadas e décadas e décadas representando incansavelmente o desejo do povo palestino de ser livre, auto-suficiente e possuir um lar". 
O atual governo americano é capaz de ver o que há por trás da máscara de Arafat, mas se nega a apoiar sua expulsão publicamente. Enquanto isso, o velho terrorista já consolidou seu domínio sobre a Autoridade Palestina, e continua designando seus jovens seguidores para mais ataques suicidas. 

domingo, 29 de dezembro de 2013

Yasser Arafat, o "palestino" egipcio

Yasser Arafat



É irônico e muito revelador que o homem que personifica o movimento palestino não tenha nascido na Palestina e que nem se encaixe na definição de 'identidade palestina' de sua própria organização.

Yasser Arafat, cujo nome verdadeiro era Abdel-Rahman Abdel-Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini, nasceu em agosto de 1929, no Cairo, filho de um comerciante de tecidos egípcio. Ele foi enviado a Jerusalém quando criança, após a morte de sua mãe, e depois voltou para o Egito, onde cursou a faculdade e serviu o exército do país.

Ao longo de sua carreira, as origens egípcias de Arafat foram um impedimento político e fonte de constrangimento pessoal. Um biógrafo observa que no primeiro encontro com ele, em 1967, os "cisjordanianos não gostaram de seu sotaque e de seus modos egípcios e os consideravam estrangeiros", e que até o fim Arafat empregou um assessor que traduzia o seu dialeto egípcio para o usado nos territórios controlados pelos palestinos, para que pudesse se comunicar com os moradores da Cisjordânia e de Gaza.

Apesar de ser um egípcio e de não ter tido nenhuma participação na formação da até então inexistente identidade palestina, isso não impediu Arafat de reivindicar o status de refugiado ao longo de sua vida: "Eu sou um refugiado", afirmou em uma entrevista em 1969: "você sabe o que significa ser um refugiado? Eu sou um homem pobre e desamparado. Eu não tenho nada, porque eu fui expulso e despossuído de minha terra natal".

Em meados da década de 1950, Arafat se juntou a Irmandade Muçulmana no Egito e, em seguida, chegou ao topo da hierarquia da Palestine Students Union na Universidade do Cairo. No final dos anos 1950 Arafat mudou-se para o Kuwait, onde ele co-fundou o Fatah ["Movimento de Libertação Nacional Palestino"], a facção que mais tarde iria conquistar o controle sobre todo o movimento palestino. As heterogêneas bases do Fatah, que uniam islâmicos, comunistas e pan-arabistas se expandiu através de violência brutal. "As pessoas não são atraídas por discursos, e sim por balas ", dizia ele.

Em seu currículo de "estadista" internacional, merecedor inclusive do Nobel da Paz, estão, entre outras tantas realizações:
-- a participaçao no massacre de atletas judeus na Olimpíada de Munique (O ataque do Setembro Negro), no ano de 1972;
-- o massacre na escola de Ma'alot, em 1974, onde morreram 28 pessoas -- quase todas crianças;
-- o atentado terrorista a um ônibus na rodovia Haifa-Tel Aviv, realizado em março de 1978, que deixou 35 mortos e 80 feridos.

Isso sem mencionar um dos atos mais heróicos da OLP sob seu comando: o assassinato do judeu americano Leon Klinghoffer durante o seqüestro do navio italiano Achille Lauro. A vítima foi jogada no mar em sua cadeira de rodas...



sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"A Jordânia é a Palestina"

Há pouco tempo, dois políticos ocidentais sofreram duras críticas por causa de declarações sobre o conflito árabe-israelense. O candidato presidencial americano Newt Gingrich e o político holandês Geert Wilders, líder do terceiro maior partido na Holanda, afirmaram o mesmo que os árabes dizem em seu próprio idioma: A Jordânia é a Palestina e a Palestina é a Jordânia.

Selo postal emitido pelo governo jordaniano (1964), que mostra a Palestina do mandato britânico (que incluía Israel, a Jordânia e os territórios em disputa) como se fosse apenas a Jordânia, junto com uma imagem do falecido rei Hussein


Por décadas, os jordanianos foram ávidos proponentes da posição “A Jordânia é a Palestina”. Eles usaram essa posição como justificativa para a anexação da Cisjordânia (Judéia e Samaria), argumentando que a Palestina era uma única e indivisível unidade e que a Jordânia era sua legítima governante.


"Nós somos o governo da Palestina, o exército da Palestina e os refugiados da Palestina"
– Primeiro Ministro da Jordânia, Hazza’ al-Majali, 23 de agosto de 1959

"A Palestina e a Transjordânia são uma só"
– Rei Abdullah, em reunião da Liga Árabe no Cairo, em 12 de abril de 1948

"A Palestina é a Jordânia e a Jordânia é a Palestina; há um só povo e uma só terra, com uma história única e um destino único"
– Príncipe Hassan, irmão do Rei Hussein, dirigindo-se à assembléia Nacional Jordaniana em 02 de fevereiro de 1970

"A Jordânia não é apenas mais um estado árabe no que diz respeito à Palestina, mas em vez disso, a Jordânia é a Palestina e a Palestina é a Jordânia em termos de território, identidade nacional, sofrimentos, esperanças e aspirações"
– Ministro da Agricultura jordaniano, em 24 de setembro de 1980

"A verdade é que a Jordânia é a Palestina e a Palestina é a Jordânia"
– Rei Hussein, em 1981

De fato, até 1970, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), comandada por Yasser Arafat, conduziu operações terroristas contra a Jordânia, com a justificativa de que aquele era território palestino e que a minoria hashemita estava governando a maioria palestina. Foi somente depois que a Jordânia matou milhares de palestinos no ‘Setembro Negro’ (e quem no Ocidente jamais se importou com isso?) que Israel subitamente tornou-se o ‘único lar histórico dos palestinos’, enquanto a Jordânia era apagada do quadro — e a invenção do ‘palestinismo’ transformou-se em verdade incontestável.

Porém, na qualidade de político “palestino”, Zouhair Moussein declarou ao jornal holandês Trouw em 1977:


 O povo palestino não existe. A criação de um estado palestino é apenas um meio para continuar nossa luta contra o Estado de Israel e em favor da unidade árabe. Na realidade, hoje não há diferença entre jordanianos, palestinos, sírios e libaneses. Hoje nós falamos sobre a existência de um povo palestino apenas por razões políticas e táticas, uma vez que os interesses nacionais árabes exigem que apresentemos a existência de um “povo palestino” distinto em oposição ao sionismo.
 Por razões táticas, a Jordânia, que é um estado soberano com fronteiras definidas não pode fazer reivindicações sobre Haifa e Jaffa, enquanto eu, como um palestino, posso, sem dúvida nenhuma, exigir Haifa, Jaffa, Be'er-Sheva e Jerusalém. Contudo, no momento em que recuperarmos nosso direito sobre toda a Palestina, não esperaremos nem um minuto para unir a Palestina à Jordânia.
Quando a OLP  foi criada, em 1964, a Cisjordania (Judéia e Samaria) e Jerusalém oriental estavam sob controle jordaniano e a Faixa de Gaza estava sob controle egípcio. Na mesma época a organização emitiu uma carta com seus objetivos e crenças (Palestine National Charter of 1964). Todos os territórios que os árabes hoje chamam de "territórios palestinos ocupados" estavam sob controle da Jordânia e do Egito e, mesmo assim, nenhum país exigia a sua entrega. Nem mesmo a própria OLP:

 Esta organização não exerce qualquer soberania territorial sobre a Cisjordânia no Reino Hachemita da Jordânia, da Faixa de Gaza ou na Área de himmah. Suas atividades serão no nível popular nacional, nos campos organizacionais, políticos, financeiros e de libertação
-- Artigo 24 do Palestine National Charter


De acordo com as palavras da OLP, a organização não só não exercia "qualquer soberania" sobre os territórios que hoje exige de Israel, como também não fazia qualquer menção a um desejo de exercê-la. Ela simplesmente declara que a Cisjordânia é território jordaniano e que as "suas atividades serão no nível popular nacional, nos campos organizacionais, políticos, financeiros e de libertação."

Se os árabes-palestinos não desejavam tomar o controle de Jerusalém oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza, o que queriam libertar então? O artigo 17 do mesmo documento responde esta questão:

 A partilha da Palestina, ocorrida em 1947, e o estabelecimento de Israel são ilegais, nulos e sem efeito
-- Artigo 17 do Palestine National Charter



Na mentalidade árabe a criação de um segundo estado árabe-palestino sempre foi apenas "um meio para continuar nossa luta contra o Estado de Israel". E desde 1964 até os dias de hoje nada mudou. 
Em julho de 2013 o "presidente" da Autoridade Nacional Palestina declarou a um jornal árabe que palestinos e jordanianos são a mesma coisa, mas afirmou que a Jordânia não será o estado "palestino":


عباس اكد ان الكونفدرالية او الفدرالية غير مطروحة مع الاردن فنحن شعب واحد في دولتين وقد تجاوزنا كل ما يتعلق بالوطن البديل الى غير رجعة ولا توجد هجرات فلسطينية للاردن مطلقاً، فصمود شعبنا ندعمه بكل الاشكال


Já este vídeo de Abbas Zaki, membro do comitê central do "moderado" Fatah de Mahmoud Abbas, em uma entrevista na al-Jazira em 2011 é ainda mais claro:



...Quando dizemos que a solução deve ser baseada nessas fronteiras [de 1967], o presidente [Abbas] entende, nós entendemos e todos sabem que o "objetivo maior" não pode ser alcançado de uma vez só. Se Israel se retirar de Jerusalém, retirar 650.000 colonos e desmantelar o muro... o que será de Israel? O país acabará.

Quem está nervoso e irritado agora? Netanyahu, Lieberman, Obama... todos esses vermes.
... Nós deveríamos nos alegrar em ver Israel perturbado.
Se alguém disser que quer "varrer" Israel... é muito difícil. Não é [uma política] aceitável dizer isso. Não diga essas coisas ao mundo, guarde consigo. 
Eu quero as resoluções que todos concordam. Eu digo para o mundo, para o quarteto e para os EUA: vocês prometeram e se transformaram em mentirosos.





É a recusa do Ocidente em reconhecer esse fato, e em seu lugar deturpar totalmente a história da região e as causas do conflito no Oriente Médio, uma das principais razões pelas quais esse impasse cruel continua até hoje.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Deir Yassin, o massacre que não houve


Selos postais da Síria e da união das repúblicas árabes comemorando o "massacre" de Deir Yassin


Um exemplo prático de como uma mentira muitas vezes repetida acaba por se transformar em verdade oficial é o “massacre” de Deir Yassin, episódio da guerra que os árabes moveram contra os judeus logo após a aprovação do Plano de Partilha pela ONU.


Os anti-semitas, disfarçados de “anti-sionistas” e “apoiadores da causa palestina”, largam a designação “Deir Yassin” com ar profundo e indignado e, embora não tenham idéia do que realmente aconteceu, fazem de conta que sim e avançam alegremente pelo velhíssimo caminho da demonização do judeu.

Deir Yassin era uma aldeola árabe perto de Jerusalém, na estrada para Tel Aviv. Na primavera de 1948 os árabes tinham lançado a chamada “Guerra das Estradas” e a parte judaica de Jerusalém estava cercada exceto por essa estrada.

A 13 de Março de 1948, uma companhia árabe, constituída predominantemente por iraquianos tinha entrado na aldeia, com a intenção de fechar o garrote sobre Jerusalém.

Em 09 de Abril de 1948, uma companhia mista do Irgun e do Lehi atacou a aldeia a fim de a capturar e neutralizar os iraquianos.
Foram feitos avisos prévios à população de que devia abandonar a zona, agora transformada em alvo militar. De fato, a maioria da população saiu da aldeia.

Quando os paramilitares judeus chegaram foram recebidos a tiros pelos iraquianos, muitos dos quais tinham se vestido de mulheres e se protegiam no meio delas, ardil que, como sabemos, continua a ser usado tanto no Líbano quanto em Gaza.
Os judeus responderam, e nos combates que se seguiram, a unidade do Irgun sofreu pesadas baixas (50 homens) mas conseguiu finalmente neutralizar os iraquianos, capturando alguns ainda vestidos de mulher.
Quando já se tinham rendido, um grupo deles voltou a atacar com armas que mantinham escondidas debaixo das vestes. Muitos paramilitares do Irgun morreram e os restantes reagiram, matando todos os prisioneiros.

Quando o Haganah chegou à aldeia encontrou os civis mortos e passou a ideia de que tinha havido um massacre. Alguns investigadores entendem que esta posição da Haganah foi pensada, uma vez que por um lado tinha interesse em fazer fugir os árabes de certas aldeias, espalhando rumores sobre a ferocidade dos judeus, e por outro, convinha-lhe isolar o Irgun, numa luta interna de ordem ideológica, já que a Haganah era de esquerda e o Irgun de direita.
A Cruz Vermelha foi chamada ao local e não encontrou prova de qualquer massacre, conclusão corroborada por um estudo feito em Julho de 1999, por investigadores árabes da Universidade de Birzeit, de Ramalah, segundo o qual não houve qualquer massacre mas sim um confronto militar no qual morreram 107 árabes (incluindo os iraquianos) em consequência do fogo cruzado. Ou seja, o número de mortos é até inferior ao número de combatentes da companhia árabe que ocupou a aldeia.

De onde vem então a ideia do “massacre”?

Do mesmo local de onde vieram as ideias dos “massacres” de Jenin, e das manobras propagandísticas da ultima guerra com o Hezbolah: empolamento e distorção deliberadas para gerar indignação e estimular o ódio e a mobilização dos países árabes, neste caso a cargo da Rádio “Voz da Palestina”, cujo director, o Dr Hussein Khalidi afirmou que “nós temos o dever de capitalizar esta grande oportunidade”.

Na verdade foi com base na versão distorcida do Dr Hussein Khalidi que saiu um artigo no New York Times a divulgar ao mundo o “massacre” de Deir Yassin, suscitando várias declarações condenatórias das mais diversas personalidades.

Neste caso o tiro saiu aos árabes pela culatra, porque a distorção dos fatos lançou o pânico nos aldeões árabes, contribuindo para engrossar o número de refugiados.

Isto foi confirmado num documentário da PBS (Os 50 anos de Guerra, 1993) que registou depoimentos de moradores e protagonistas de Deir Yassin.


 Não houve estupros. É tudo mentira. Não foram esventradas mulheres grávidas. Era propaganda, para que os árabes fugissem e os exércitos árabes pudessem invadir e expulsar os judeus
Mohammed Radwan, combatente árabe de Deir Yassin, Middle East Times, 20 de Abril de 1998




 A rádio árabe falou de mulheres a serem mortas e violadas, mas não é verdade…eu creio que a maior parte dos que morreram eram combatentes e mulheres e crianças que os ajudaram. Os lideres árabes cometeram um grande erro. Exagerando as atrocidades eles pretendiam encorajar as pessoas a lutar, mas acabaram por criar o pânico e as pessoas fugiram
Ayish Zeidan, aldeão de Deir Yassin, Daily Telegraph, 8 Abril 1998





Entrevistas com testemunhas árabes começam em 2:18



Aliás Arafat, em sua biografia autorizada, diz que os exageros das histórias sobre Deir Yassin acabaram por provocar um efeito contrário daquele que se pretendia.

Deir Yassin não foi um massacre, tal como Jenin não foi um massacre, mas sim construções propagandísticas tendo em vista objetivos de guerra psicológica. Os muçulmanos fazem isto constantemente, procurando manipular as receptivas opiniões públicas ocidentais, jogando com os nossos interditos e tabus.
Os exemplos são vastos: usar escudos humanos, fazer explodir crianças, atacar deliberadamente alvos civis, transformar locais de culto, escolas e hospitais em posições de combate, louvar o culto da morte, etc.

Dias depois de Deir Yassin, deu-se um verdadeiro massacre que todavia está dentro do vasto recipiente de amnésia localizada ao dispor dos “apoiadores da causa palestina” (ódio a Israel, em português). Uma coluna médica do Hospital Hadassah, foi atacada e metodicamente executados 77 médicos, enfermeiros e estudantes.
Mas destes não reza a história... eram meros "porcos judeus".


Setembro Negro, o maior massacre de 'palestinos' na história

Exército jordaniano em um dos campos palestinos durante o Setembro Negro 


No dia 25 de setembro de 1970, tropas jordanianas a mando do Rei Hussein encerraram 10 dias de operação contra os terroristas da Organização para Libertação da Palestina, que haviam feito da Jordânia sua base de operações.

Enquanto as ações dos palestinos tinham como alvo Israel, os terroristas foram tolerados e apoiados por Hussein. No momento em que desafiaram a soberania do monarca, foram atacados impiedosamente com artilharia pesada dentro dos campos de refugiados onde atuavam. Até 1970, a OLP conduziu operações terroristas contra a Jordânia, com a justificativa de que aquele era território palestino e que a minoria hashemita (tribo originária da Arábia Saudita, da qual a monarquia jordaniana faz parte) estava governando a maioria palestina.

Ao final dos combates, Yasser Arafat, o líder da OLP, afirmou que 20 mil palestinos haviam sido mortos, em sua grande maioria civis, incluindo mulheres e crianças. Estimativas mais conservadoras afirmam que este número variou entre 4 mil e 5 mil vítimas.
Seja como for, este foi o pior massacre da história dos árabes-palestinos, e acabou conhecido como "Setembro Negro". Perpetrado por seus próprios irmãos árabes, talvez por isto seja um assunto praticamente ignorado pela imprensa e pela narrativa palestina atual...

Yasser Arafat beija o rei Hussein, o mandante do massacre (após o ocorrido)



terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal na Terra Santa em 1875


Peregrinos cristãos chegando na cidade de Belém em 1875 (Library of Congress)


A cidade de Belém desempenha um papel importante na fé cristã. Foi lá, os cristãos acreditam, o local onde Jesus nasceu cerca de 2.000 anos atrás, e é onde muitos deles celebram o seu nascimento no Natal.

Mas... quando é o Natal?
Belém abriga serviços de Natal para católicos e protestantes em 25 de dezembro. Já para coptas, gregos e sírios ortodoxos a celebração será na Igreja da Natividade, em 7 de janeiro. Para os  ortodoxos armênios o Natal será em 6 de janeiro.

O nome "Belém" é derivado do hebraico בית לחם -- Beith Leem/ Casa do Pão --, e seus campos de cereais são mencionados no Livro de Rute como o local onde ela conseguia trigo para a sua sogra Naomi, e onde conheceu seu futuro marido, Boaz. Ainda de acordo com a Bíblia, Daví, o bisneto de Rute, nasceu em Belém, cidade onde ele foi ungido como rei de Israel.



A Igreja da Natividade foi construída no ano de 339 pelo rei Constantino e sua mãe, Helena, sobre a gruta onde acredita-se ter sido o local de nascimento de Jesus. 
Ao longo da história, a igreja foi destruída/reconstruída por vários exércitos conquistadores --  persas, árabes, cruzados, mamelucos, otomanos e britânicos.

Até pouco tempo, Belém era considerada uma cidade tradicionalmente cristã. Construída em torno da basílica, o turismo sempre foi sua mais importante fonte de renda. Entretanto, nos últimos anos, a proporção de cristãos em Belém caiu de 75% em 1948 para 54% em 1967, e agora está em torno de apenas 15%. A cidade de Belém esteve sob controle jordaniano de 1948 até 1967 e, desde então, está sob controle da Autoridade Nacional Palestina.


Revisionismo palestino: em busca de uma história




O revisionismo histórico é a espinha dorsal do discurso político e acadêmico palestino. É assim que seus líderes tentam criar uma história "árabe palestina" e uma identidade própria, distinta do violento colonialismo da história árabe-islâmica no Levante.

Os árabes "palestinos" são uma criação recente e sequer existiam antes da criação da OLP em 1965. Um bom exemplo disso é a resolução 194 da ONU (1948) que trata dos refugiados que deixaram o local após a guerra que os países árabes  travaram contra Israel logo após sua independência: os refugiados não eram chamados de "refugiados palestinos", o que faria referência a uma identidade nacional, mas sim de "refugiados da palestina", referindo-se a geografia -- simplesmente o lugar de onde saíram.

Um dos métodos desta tentativa de criar uma história palestina é apresentar Jesus -- que de acordo com as escrituras cristãs era um judeu vivendo na terra da Judéia -- como um palestino, ao mesmo tempo em que o transformam em um profeta islâmico e se apropriam de conceitos cristãos.

 Jesus é um palestino; o abnegado Yasser Arafat é um palestino; Mahmoud Abbas, o mensageiro da paz na terra, é um palestino. Quão grande é esta nação da Santíssima Trindade! "
Al-Hayat Al-Jadida (Jornal oficial do Fatah e da Autoridade Palestina), 30 novembro 2012


Pois é, na "Santíssima Trindade" do jornal da Autoridade Palestina, Jesus é apenas Jesus. Já Arafat era "abnegado" e Mahmoud Abbas o "mensageiro da paz na terra"!



Jesus sendo comparado a terroristas palestinos presos em Israel







Líder religioso muçulmano diz que Jesus era um profeta islamico palestino

Jesus, o palestino

 
Jesus retratado como um terrorista suicida palestino


Eis que o Natal se aproxima, e junto com ele vem a já tradicional falsificação da história por parte da liderança árabe muçulmana, que apresenta Jesus como um árabe-cananeu-muçulmano-palestino (!).

No início de 2013, graças a um artigo no jornal oficial da Autoridade Palestina al-Hayat al-Jadida, o mundo inteiro descobriu que a história de Jesus "reflete a narrativa palestina". A manchete "A ressurreição de Jesus, a ressurreição do Estado" deixa claro que Jesus e a Autoridade Palestina são um, e que estão unidos para sempre - uma tentativa um tanto patética de convencer os cristãos (em plena Páscoa!) de que eles na verdade são muçulmanos e que o movimento sionista moderno roubou os "palestinos" de sua história.

Segundo o artigo, na verdade a "Páscoa é um feriado para o nacionalismo palestino, porque Jesus, que descanse em paz, é um cananeu palestino". O autor substituiu o Jesus judeu por um Jesus "palestino" -- mais adequado à propaganda árabe --, reescrevendo os Evangelhos que, logo em seus primeiros capítulos, falam dos registros genealógicos de Jesus e se referem ao seu local de nascimento como "Belém da Judéia".


 Depois que Jesus nasceu em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém (Mateus 2:1)
Enquanto a tradição cristã e os escritos históricos do período retratam Jesus como um judeu vivendo na terra da Judéia (um dos reinos dos judeus), a Autoridade Palestina diz que ela e seu povo são seus verdadeiros descendentes. Esta não é apenas uma distorção da história pessoal de Jesus como relatado nos escritos cristãos, é também um anacronismo: o imperador Adriano mudou o nome da Judéia/Israel para "Palestina", a fim de punir a nação judaica depois que estes se rebelaram contra os ocupantes romanos, 136 anos após o nascimento de Jesus.


al-Hayat al-Jadida e seu Jesus palestino

"A visita do Papa é uma oportunidade para a liderança palestina apresentar sua causa... para que Sua Excelência [o papa] assuma a sua responsabilidade política e religiosa para com o povo da Terra Santa, o povo árabe palestino, o povo do Messias [Jesus]."
Al-Hayat Al-Jadida (Fatah), 9 de maio de 2009

"Os palestinos estão acostumados ​​com mortes como esta. O sofrimento do primeiro palestino -- o Messias -- começou com a Última Ceia."
Al-Hayat Al-Jadida (Fatah), Abril 30, 2008

"O Cristianismo nasceu em nossos países árabes e o Messias [Jesus] é um palestino sírio, nascido em Nazaré."
Al-Hayat Al-Jadida (Fatah), outubro 28, 2006

"O Shahids (mártires) vão chorar: 'Nós balançamos as palmeiras ao lado de Senhora Terra e da Senhora do povo, a Virgem Maria, e com seu filho [Jesus], o primeiro shahid (mártir) palestino."
Al-Hayat Al-Jadida (Fatah), 17 de janeiro de 2005

"A aldeia palestina da Galiléia e de Kfar Kana se orgulham do fato de que [na aldeia] o messias palestino [Jesus] conseguiu transformar água em vinho."
Al-Hayat Al-Jadida (Fatah), 17 de janeiro de 2005

"Eles [os cristãos] lêem no livro sagrado [a Bíblia] o nome "Palestina" e os verdadeiros nomes [árabes] de nossas aldeias e cidades ... Não devemos esquecer que o Messias [Jesus] é palestino, o filho de Maria, a Palestina."
Al-Hayat Al-Jadida (Fatah), 18 de novembro de 2005



Mufti (autoridade religiosa islâmica) diz que Jesus era um profeta muçulmano palestino

sábado, 21 de dezembro de 2013

Acordo Sykes-Picot, a criação do Oriente Médio como o conhecemos

Um século atrás, as potências européias redesenharam as fronteiras do Levante de acordo com suas próprias necessidades. Essas potências se foram mas o mapa permanece, juntamente com uma ironia: enquanto os europeus encontraram uma maneira melhor para definir suas próprias fronteiras, os estados que eles criaram depois de tomar a região do império otomano continuam a queimar e a se auto-destruir.


Mapa que mostra o território controlado pelo império turco-otomano no ano de 1914


Províncias otomanas se tornaram reinos árabes, enquanto enclaves cristãos e judeus foram criados no Líbano e na Palestina. 
Síria, Líbia e Palestina receberam nomes ressuscitados da antiguidade romana -- a Líbia reapareceu em 1934, quando os italianos juntaram Cirenaica, Tripolitânia e Fezzan. O mandato francês marcou a primeira vez que o nome "Síria" foi usado como o nome de um estado, ao passo que "Palestina" era apenas uma província síria. O Iraque tinha sido uma província medieval do califado, enquanto "Líbano" se referia a uma montanha e "Jordânia" a um rio.

Os novos estados 'árabes' adotaram derivações da bandeira da revolta árabe, que foi criada pelo diplomata britânico Sir Mark Sykes. As quatro cores da bandeira -- preto, branco, verde e vermelho -- representavam as diferentes dinastias árabes: abássidas, omíadas, fatimidas e hachemitas. Elas permanecem como as cores de metade das bandeiras árabes de hoje. Nem os nomes nem os símbolos dos novos estados tinham qualquer ligação com os seus habitantes, que sempre estabeleceram lealdades em relação a clãs, famílias, tribos, aldeias e seitas religiosas, não a países ou nações, uma importação européia que até hoje não fincou raízes em suas antigas colônias no Oriente Médio e na África. 

Flag of the Arab Revolt, designed by Sir Mark Sykes, flies in Aqaba, Jordan. Photo: Wikimedia
Bandeira da revolta árabe, concebida por Sir Mark Sykes, tremulando em Aqaba, na Jordânia


As fronteiras dos novos Estados não foram determinadas nem pela topografia nem pela demografia. Em 1916, o Acordo Sykes-Picot -- um pacto secreto entre franceses, britânicos e russos -- distribuiu os territórios em zonas regionais de controle. Esse foi o embrião do mapa atual do Oriente Médio. O grande problema é que os europeus tinham pouco interesse em entender o labirinto de identidades do Oriente Médio...

  • Uma grande população curda -- aproximadamente 25 milhões nos dias de hoje -- foi dividida entre quatro estados: Turquia, Irã, Iraque e Síria.
  • Os árabes xiitas foram divididos entre o Iraque, Kuwait, Bahrain e nas províncias orientais da Arábia Saudita.
  • Os alauítas, uma seita xiíta heterodoxa (considerada herege tanto por xiítas quanto por sunitas), residem hoje ao longo das costas libanesas, sírias e turcas.
  • Os drusos foram distribuídos entre Israel, Líbano e Síria.
  • O Líbano, supostamente um reduto cristão, acabou ficando com grandes populações sunitas e xiitas, além de alauítas e drusos.
  • A Palestina, que seria a pátria judaica, acabou dividida em três: Israel, territórios palestinos e Jordânia -- com uma enorme população sunita, além de consideráveis minorias cristãs e drusas, além de circassianos e outros grupos.  
  • Os árabes sunitas, que formavam a maioria da população no Oriente Médio, foram divididos em vários estados. Bolsões de turcomanos, circassianos, assírios, yazidis e caldeus foram isolados por toda parte (os três últimos grupos ficaram, principalmente, no Iraque).

Sykes Picot signatures
As assinaturas dos negociadores François Georges-Picot e Mark Sykes no mapa original, agora sob os cuidados do Arquivo Nacional britânico




Num primeiro momento, pensei em usar "Acordo Sykes-Picot, um desastre europeu no Oriente Médio" como título dessa postagem, mas esse seria um modo simplista, pretensioso e extremamente errado de entender o que se passa na região -- ou como eu costumo chamar: o método John Stewart de comentar política/história/religião.

Enquanto é verdade que o imperialismo europeu tem alguma responsabilidade no enorme derramamento de sangue nos países do Oriente Médio, o fato é que mesmo que estes tivessem sido criados de forma a ter uma população homogênia, com lingua, religião e cultura comuns, o número de mortes dificilmente seria muito menor. A diferença seria um menor número de guerras civis e massacres de minorias indefesas em seus próprios países, mas um número consideravelmente maior de conflitos entre nações. Como explicaram aos franceses os líderes alauítas, a verdadeira raíz dos problemas do Oriente Médio está no "espírito de fanatismo e estreiteza mental, cujas raízes são profundas no coração dos muçulmanos árabes para com todos aqueles que não são muçulmanos". O arcebispo maronita de Beirute seguia a mesma linha de raciocínio e, num depoimento a um órgão da ONU, acusava a "força brutal" do imperialismo islamico, que tentava apagar a história judaica e cristã da região.


Estudo que ajuda a entender a posição dos líderes alauítas sírios e dos maronitas libaneses
Gunnar Heinsohn, um professor da Universidade de Bremen (Alemanha), compilou estatísticas para classificar os grandes conflitos mundiais desde 1950 com base no número de mortes ocorridas. De acordo com esse estudo, desde 1950, 11 milhões de muçulmanos foram mortos em conflitos armados. Desse total, 90% das vítimas foram mortas por outros muçulmanos

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Nazismo árabe-muçulmano na Palestina II

Muslim Waffen SS soldiers reading a pamphlet by the Mufti of Jerusalem Haj-Amin el-Husseini.
Soldados nazistas membros do batalhão muçulmano lendo um panfleto ("Islamismo e Judaísmo") escrito pelo mufti de Jerusalém, Haj Amin el-Husseini.




 Após seu retorno a Alemanha, depois de uma breve escala no Cairo, Eichmann apresentou um relatório aos seus superiores recomendando que a permissão para emigração judaica da Europa para a Palestina ou para qualquer outro lugar não fosse considerada uma opção. Eichmann escreveu elogiosamente sobre "a consciência nacional e racial" que ele observou enquanto esteve entre os árabes. Ele relatou que "bandeiras nazistas voam na Palestina e que eles enfeitam suas casas com suásticas e retratos de Hitler."
 The Nazi Connection to Islamic Terrorism: Adolf Hitler and Haj Amin Al-Husseini,  Chuck Morse -- página 45




 ...o mufti ordenou uma contra-manifestação que foi realizada no próprio Muro das Lamentações. Em mesquitas por toda Jerusalém clérigos muçulmanos deram sermões inflamatórios, inspirando turbas árabes a marchar para o Muro e a levar a cabo a guerra santa do mufti contra os infiéis judeus da cidade. Na liderança desta violenta contra-manifestação, pregadores de al-Husseini disseram a seus seguidores que "aquele que mata um judeu tem assegurado um lugar no outro mundo [no paraíso]."
 Isso aconteceu em 16 de agosto de 1929. No dia 29 do mesmo mês, centenas de muçulmanos, incitados por al-Husseini, invadiram o bairro judaico de Jerusalém, matando 133 judeus e ferindo outros 339."
 Icon of Evil: Hitler's Mufti and the Rise of Radical Islam,  David G. Dalin, John F. Rothmann





 O Mufti agradeceu pela honra de ser recebido e assegurou a Hitler a admiração de todo o mundo árabe. Para as pessoas de lá, al-Husseini disse ter "total confiança no Führer, que está lutando contra os mesmos três inimigos que são os inimigos dos árabes, ou seja, os ingleses, os judeus e os bolcheviques. Os árabes estão prontos para se juntar nessa batalha no lado alemão, e não apenas de forma negativa -- por exemplo, através de atos de sabotagem ou criando agitação --, mas também de forma positiva, através da formação de uma legião árabe para lutar ao lado das tropas alemãs."
 Hitler garantiu ao Mufti seu acordo básico e imediatamente trouxe o tema que estava particularmente próximo de seu coração, assim como do de seu convidado. Ele enfatizou que a Alemanha apoiava "uma luta intransigente contra os judeus" que "inclui, é claro, a oposição a uma pátria judaica na Palestina, que nada mais é do que um centro nacional para a influência destrutiva dos interesses judaicos."
"Nazi Palestine: The Plans for the Extermination of the Jews in Palestine",  Klaus-Michael Mallmann,Martin Cüppers -- página 90